ABSTRACT
A estreita relação entre dislipidemia e aumento de risco cardiovascular é conhecida há vários anos. Na década de 1990, a HDL, estimada pela dosagem de HDL-colesterol sérico, surgiu como um novo paradigma na prevenção das doenças cardiovasculares.
Grandes estudos, como o de Framingham, demonstraram que indíviduos que possuíam o HDL-colesterol baixo tinham o risco de doenças cardiovasculares aumentando em até oito vezes. Há evidências de que o HDL-colesterol seria um preditor de doenças cardiovasculares mais fidedigno
que o próprio LDL-colesterol. No entanto, como o arsenal terapêutico existente é mais efetivo na redução do LDL-colesterol, a importância do HDL-colesterol como meta de tratamento tem sido colocada em segundo plano.
A HDL exerce efeito protetor do endotélio tanto pela redução do LDL-colesterol, principalmente de sua fração oxidada, quanto por efeitos diretos sobre este endotélio.Existem alguns subtipos de HDL com funções fisiológicas diferentes, alguns, inclusive com efeitos deletérios.
Vários estudos demonstraram o importante papel da HDL na proteção contra aterosclerose e suas complicações. O incremento das funções ateroprotetoras da HDL, seja pelo aumento em sua concentração seja pela melhoria em sua função, apresenta-se como uma estratégia adicional na
redução de risco cardiovascular residual.
A adoção de hábitos saudáveis é a principal medida terapêutica capaz de aumentar as taxas deo HDL-colesterol. Outras medidas terapêuticas são o ácido nicotínico, estatinas e fibratos. Novas intervenções estão em estudo, algumas com resultados promissores, mas ainda não estão
disponíveis até o presente momento.